Quando o assunto é dívida pública, muitos imaginam que isso é problema só de país pobre. Mas a verdade é que até as maiores potências mundiais enfrentam altos índices de endividamento. A diferença é como cada nação administra isso. Enquanto umas controlam melhor, outras mergulham num ciclo perigoso que afeta a economia, o bem-estar da população e o crescimento futuro.

Neste artigo, vamos te mostrar quais são os 10 países mais endividados do mundo em 2025, explicando o que está por trás de cada caso, qual é o risco envolvido e por que esse ranking chama tanta atenção.
O que significa um país estar endividado?
Antes de tudo, é importante entender o que realmente significa um país estar endividado. Estamos falando da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Essa relação mostra o quanto um país deve comparado ao que ele produz. Por exemplo, se o país tem uma dívida que equivale a 100% do PIB, significa que ele deve tudo o que produz em um ano.
Essa métrica é usada mundialmente pra avaliar o risco fiscal de um país. Quanto maior o número, maior a desconfiança do mercado, principalmente se o governo não demonstra controle sobre seus gastos.
Como esse ranking é feito?
A lista que você verá a seguir leva em consideração a relação dívida/PIB, e não apenas o valor nominal da dívida. Países ricos, como os Estados Unidos, têm dívidas enormes em valor absoluto, mas a economia também é gigantesca. Então o que importa mesmo é o percentual que essa dívida representa frente ao que o país consegue produzir e arrecadar.
Agora que você entendeu isso, bora ver quais são os campeões mundiais da dívida!
1. Sudão – Mais de 250% do PIB
O Sudão lidera esse ranking com uma dívida pública que ultrapassa 250% do PIB. A situação por lá é bastante delicada. O país passa por conflitos internos, instabilidade política e uma economia extremamente frágil. A guerra civil e as sanções internacionais agravaram ainda mais a crise, deixando o país praticamente isolado do sistema financeiro global.
2. Japão – Cerca de 235% do PIB
O Japão é o país mais desenvolvido da lista, mas tem uma dívida que também ultrapassa os 230% do PIB. Mesmo com essa situação, o mercado não considera o Japão como altamente arriscado, porque a maior parte da dívida está nas mãos dos próprios japoneses. Ou seja, o governo deve para o povo, e isso torna o controle mais interno e previsível.
3. Singapura – Aproximadamente 175% do PIB
Pode parecer estranho ver Singapura aqui, mas o caso é diferente. A dívida alta não vem de desequilíbrio fiscal. O país utiliza parte da dívida para estratégias de investimento e não para cobrir rombos nas contas públicas. É uma dívida planejada, com reservas para cobri-la, então o risco é bem menor do que parece.
4. Eritreia – Quase 165% do PIB
A Eritreia é um país africano que vive em situação crítica. Com uma economia pouco diversificada, conflitos territoriais e problemas internos graves, o país se viu obrigado a recorrer a empréstimos que agora se tornaram uma bola de neve. A dívida pública representa quase 165% do PIB, sem perspectiva de melhora no curto prazo.
5. Argentina – Por volta de 155% do PIB
A Argentina é figurinha carimbada quando se fala em crise econômica. A dívida pública beira os 155% do PIB, consequência de políticas mal planejadas, inflação descontrolada, instabilidade cambial e desconfiança internacional. O país vive entre empréstimos com o FMI e tentativas frustradas de recuperação econômica.
6. Venezuela – Aproximadamente 145% do PIB
A Venezuela vive um colapso econômico há anos. O país, que já foi um dos mais ricos da América Latina, agora amarga uma dívida enorme e uma economia que encolheu drasticamente. O endividamento gira em torno de 145% do PIB, mas a desvalorização da moeda e a hiperinflação tornam a situação ainda mais grave do que os números mostram.
7. Grécia – Entre 140% e 150% do PIB
A Grécia é outro caso clássico. Desde a crise de 2008, o país sofreu muito com os resgates da União Europeia e políticas de austeridade. Ainda hoje, a dívida pública está entre 140% e 150% do PIB, o que limita bastante o crescimento econômico e gera constantes pressões por reformas.
8. Itália – Entre 135% e 145% do PIB
A Itália, assim como a Grécia, carrega uma dívida altíssima há anos. Mesmo sendo uma das maiores economias da zona do euro, o país enfrenta dificuldades para crescer, o que impede a redução da dívida. A taxa gira entre 135% e 145% do PIB, e o envelhecimento da população também pressiona os gastos públicos.
9. Estados Unidos – Cerca de 123% do PIB
Mesmo sendo a maior economia do mundo, os Estados Unidos também figuram entre os países mais endividados, com uma relação dívida/PIB de cerca de 123%. O governo americano gasta mais do que arrecada há muitos anos, com déficits constantes e uma dívida que só cresce. A diferença é que o dólar é a moeda padrão do mundo, o que dá ao país um fôlego que outros não têm.
10. França – Em torno de 117% do PIB
Fechando a lista está a França, com cerca de 117% do PIB em dívida pública. O país enfrenta resistência política para reduzir gastos, e a economia sofre com altos custos sociais, desemprego e desaceleração do crescimento. A dívida é alta, e o país está constantemente sob pressão para fazer reformas fiscais e administrativas.
Por que esses países estão tão endividados?
Cada país tem suas razões, mas dá pra listar alguns dos motivos mais comuns:
- Gastos públicos acima da arrecadação
- Crises políticas e guerras
- Desvalorização da moeda local
- Empréstimos em moeda estrangeira sem reservas
- Problemas estruturais na economia
- Políticas populistas ou mal planejadas
- Baixo crescimento econômico ou recessão
Vale destacar que o problema não é ter dívida, e sim não conseguir pagar ou manter controle sobre ela.
Quando a dívida se torna perigosa?
A dívida vira um problema sério quando:
- O país gasta mais só pra pagar juros do que pra investir
- O governo perde acesso ao crédito internacional
- A confiança de investidores desaparece
- Há risco de calote ou reestruturação forçada
- O país entra num ciclo de inflação e recessão
Alguns países conseguem conviver com uma dívida alta por muito tempo. Mas quando isso afeta serviços públicos, gera desemprego e trava a economia, os impactos são sentidos diretamente pela população.
A dívida pública afeta o povo?
Sim, e muito. Quando um país está muito endividado:
- Pode aumentar impostos para pagar a dívida
- Reduz investimentos em saúde, educação e infraestrutura
- Enfrenta cortes de programas sociais
- Tem menos margem pra lidar com crises futuras
- Pode gerar instabilidade que afeta o câmbio, a inflação e os empregos
Ou seja, dívida pública alta mal administrada afeta diretamente a vida das pessoas, principalmente as mais pobres.
Existe saída?
Não é fácil, mas é possível. Alguns caminhos que já deram certo em países que estavam em situação parecida:
- Reforma fiscal para reduzir gastos e melhorar a arrecadação
- Crescimento econômico sustentável
- Redução da corrupção e melhoria da gestão pública
- Acordos com credores e renegociação de dívidas
- Incentivo a investimentos produtivos
O problema é que muitas vezes essas medidas não são populares, e os governos têm dificuldade de aplicá-las.
Os 10 países mais endividados do mundo enfrentam desafios gigantescos. Em alguns casos, como o Japão e Singapura, a situação é controlada por estratégias bem definidas. Mas em outros, como Sudão, Venezuela e Argentina, a dívida pública é reflexo direto de crises profundas e contínuas.
Saber quais são os países mais endividados ajuda a entender melhor o cenário econômico global e os riscos que ele representa. No final das contas, uma economia saudável exige equilíbrio entre gasto, arrecadação e responsabilidade.
Ficar de olho nesses números é essencial, seja você um investidor, estudante ou apenas alguém curioso que quer entender melhor o mundo.