Quem acompanhou as Olimpíadas de Tóquio 2020 se animou ao ver o karatê finalmente estreando como esporte olímpico. A emoção tomou conta dos tatames, atletas de alto nível brilharam e o mundo todo pôde assistir combates incríveis. Mas para a surpresa de muitos, o karatê não voltou ao programa olímpico de Paris 2024, e isso gerou revolta e muitas dúvidas entre fãs, praticantes e até atletas profissionais.

Se você quer entender por que o karatê está fora das Olimpíadas, esse texto vai te mostrar tudo de forma clara, direta e sem enrolação. Vamos explorar os motivos da exclusão, como a escolha dos esportes funciona, o que os organizadores alegam e o que ainda pode acontecer nas próximas edições.

O karatê nos Jogos de Tóquio: um sonho realizado

Antes de mais nada, vale lembrar que o karatê nunca foi um esporte olímpico permanente. Sua presença em Tóquio foi fruto de um convite especial feito pelo Comitê Organizador Japonês, que decidiu incluir cinco esportes naquela edição: karatê, surfe, escalada, skate e beisebol/softbol.

Essa inclusão foi permitida por uma mudança no regulamento do Comitê Olímpico Internacional (COI), que deu autonomia para cada sede sugerir esportes “adicionais” temporários. Como o Japão é um dos berços do karatê moderno, nada mais natural do que incluir o esporte.

Mas atenção: essa inclusão não significava que o karatê se tornaria fixo no programa olímpico. Era algo provisório, como uma “estreia sob análise”.

Por que o karatê não está em Paris 2024?

A principal razão para o karatê ter ficado de fora da próxima edição é que ele não foi escolhido pelo comitê organizador de Paris. A França optou por propor outros esportes em seu lugar, como:

  • Breaking (dança esportiva)
  • Escalada
  • Skate
  • Surfe

A justificativa usada foi baseada em alguns critérios definidos pelo COI:

  • Potencial de atrair o público jovem
  • Baixo custo de estrutura
  • Facilidade de transmissão visual
  • Relevância global e inovação

Infelizmente, o karatê não conseguiu se destacar o suficiente nesses critérios, especialmente na questão do apelo entre os jovens e da audiência global.

Mas o karatê não é um esporte praticado no mundo todo?

Sim, e esse é um dos maiores argumentos de quem defende o karatê nos Jogos Olímpicos. Estima-se que existam mais de 100 milhões de praticantes de karatê no mundo, com federações ativas em praticamente todos os continentes.

Acontece que o COI não considera só o número de praticantes. Ele também leva em conta:

  • Audiência televisiva
  • Potencial de viralização nas redes sociais
  • Facilidade de entender as regras
  • Custo de exibição e montagem
  • Novidade e inovação visual

Em comparação com o skate, por exemplo, o karatê não gerou tanto engajamento digital. Suas regras, embora simples para quem pratica, podem ser confusas para quem assiste pela primeira vez. E isso pesou bastante na avaliação.

O COI rejeitou o karatê?

Não exatamente. O COI não proibiu o karatê nem o excluiu. A decisão partiu do comitê organizador de Paris 2024, que escolheu quais esportes adicionais queria incluir, dentro do número permitido.

O COI apenas validou a decisão, pois ela estava dentro das regras.

É importante entender que o karatê ainda é reconhecido pelo COI, mas precisa ser novamente proposto e aceito para voltar em futuras edições.

Por que outros esportes como o breaking entraram?

Essa é uma das maiores polêmicas. Muitos fãs de esportes tradicionais ficaram indignados ao ver que o breaking (uma forma de dança de rua competitiva) entrou no lugar de um esporte milenar como o karatê.

Mas a lógica do COI e de Paris 2024 foi clara: eles queriam atrair o público mais jovem e tornar os Jogos mais “urbanos”. O breaking atende a esses critérios, além de ter apelo midiático e ser algo novo nas Olimpíadas.

O karatê ainda pode voltar?

Sim. O karatê não está definitivamente fora dos Jogos Olímpicos. Existe uma boa chance de que ele volte nas próximas edições, como Los Angeles 2028 ou Brisbane 2032, dependendo de vários fatores:

  • Pressão das federações internacionais
  • Campanhas de atletas e torcedores
  • Interesses do comitê organizador da vez
  • Relevância global e engajamento do público

Inclusive, há movimentos organizados por federações de karatê no mundo todo pedindo o retorno do esporte. Em Los Angeles, por exemplo, como os Estados Unidos têm tradição em artes marciais, há esperança de que o karatê seja incluído novamente.

O que dizem os atletas sobre isso?

A reação dos atletas foi de frustração profunda. Muitos treinaram por anos com o sonho olímpico, mas agora se viram sem perspectiva.

Alguns depoimentos marcantes vieram à tona nas redes sociais após o anúncio de Paris 2024, com frases como:

  • “Lutamos por uma vaga que não existe mais.”
  • “O karatê merecia esse espaço.”
  • “Estamos sendo ignorados.”

Esses relatos mostram o impacto direto na carreira de muitos profissionais que sonhavam em disputar os Jogos.

Diferença entre o karatê e o taekwondo nas Olimpíadas

Muita gente também pergunta: “Por que o taekwondo continua e o karatê saiu?”

A explicação é que o taekwondo já é um esporte olímpico permanente desde Sydney 2000. Ele foi aceito antes da mudança das regras do COI, e se mantém até hoje por vários motivos:

  • Sistema de pontuação eletrônico facilita a arbitragem
  • Combates mais dinâmicos aos olhos do público
  • Maior investimento em marketing esportivo

Já o karatê entrou com um sistema de avaliação mais subjetivo e teve pouco tempo para se adaptar aos padrões exigidos pela TV e pela audiência digital.

A luta continua: o futuro do karatê nas Olimpíadas

Apesar da ausência em Paris, o karatê ainda é forte. Campeonatos mundiais, torneios continentais e eventos escolares continuam crescendo. Há campeões jovens surgindo, com potencial de levar o esporte adiante e conquistar espaço nos grandes palcos.

Se o karatê conseguir aumentar sua visibilidade, se modernizar na transmissão, investir em tecnologia de pontuação e engajar mais o público jovem, há boas chances de um retorno triunfal nos próximos ciclos olímpicos.

O karatê ficou fora dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 por decisão do comitê organizador local, que preferiu incluir esportes com maior apelo midiático e entre o público jovem. Apesar da forte base de praticantes, o karatê não teve o engajamento necessário em Tóquio para garantir uma vaga automática.

Mesmo assim, o futuro do esporte ainda está em aberto. Com organização, mobilização global e adaptação às novas exigências, o karatê pode sim retornar às Olimpíadas e conquistar de vez o seu lugar fixo no maior evento esportivo do mundo.